29 de maio de 2011

A espiritualidade de uma criança

Uma criança esclarecida, conhecedora de suas capacidades espirituais e intelectuais é uma criança preparada para a luta que a espera no futuro. O futuro da nação estará nas mãos destes futuros adultos, e, com firmeza moral e uma verdadeira educação espiritual, isentos de dogmatismos, alcançarão o bem-estar tão desejado para si, facultando o alcance de igual bem-estar ao próximo, na sua justa medida, alçarão vôos superiores e benfazejos de progresso, terão a liberdade em sua plenitude porque estarão respaldados em valores espirituais.

As crianças absorvem tudo quanto lhes é transmitido. A boa formação moral delas depende muito do meio em que vivem. A família tem uma função importantíssima no que tange ao desenvolvimento da personalidade das crianças.

Pais inseguros e sentimentalistas passarão a seus filhos sua insegurança e seus sentimentos de fraqueza. Os filhos precisam de pais que os eduquem pela retidão da sua conduta, onde impere a sinceridade, a lealdade, a justiça e a verdade. Pais que lhes permitam andar com seus próprios pés, sem dependerem de quem quer que seja. Torná-los independentes e seguros requer tato e carinho.

Se as crianças, ao chegarem a este mundo não encontrarem pais conscientes e responsáveis, que as conduzam a uma vida honrada e digna, possivelmente encontrarão dogmas e obstáculos naturais de relacionamento, que as bloquearão na sua evolução espiritual.

As crianças são eternas observadoras, estão atentas ao comportamento dos adultos. É natural que as mesmas imitem tudo que as cercam. Assim, elas aprendem a agir repetindo o comportamento daqueles com quem convivem. Exigindo neste ponto atenção e vigilância permanente dos pais sobre seus filhos, com bons exemplos de dignidade, diálogo, entendimento e dedicação.

A inteligência de uma criança não é medida ou comparada por suas respostas, mas, sim, pela sua capacidade de pensar e criar em momentos de desafios!

Uma criança inquieta é prova de sua mediunidade aflorada. Quando está cercada de pessoas que não têm conhecimento da vida fora da matéria, tendem a tratá-la como uma criança indesejável, pois a criança está à mercê dos espíritos sem esclarecimento sobre espiritualidade.

A função dos pais consiste em amparar seus filhos, sem mentiras, passando-lhes confiança, a fim de que eles cresçam saudáveis e rijos da alma e do corpo. Tratemo-los carinhosamente, com desvelo e desejo de ensinar-lhes o caminho certo a ser percorrido na sinuosa estrada da vida terrena.

Uma criança é um livro passado a limpo, é um espírito recém chegado de seu mundo de luz, está com as informações de bem-querer atualizadas em sua memória, com o raciocínio cognitivo pronto para brindar a todos com valores morais.

Ela é uma escola de virtudes, quer ser amada e nos ensina a amar e a admirar suas qualidades. Quer ser compreendida nos seus múltiplos aspectos. Divirtam-se com vossos filhos, dêem-lhes o valor devido.

Uma criança é espontânea, vive sem máscaras, sem fraudes, sem truques ou subterfúgios. Para saber uma verdade, precisamos escutar uma criança. Simples e verdadeira, não tem preconceitos, tabus, malícia, orgulho, ou outros sentimentos que aos poucos suplanta os adultos. Faz tudo com paciência, sem se queixar.

Sua pureza é natural. É sábia, e sua capacidade de aprendizado supera nossas espectativas. Os pais não devem subestimar a inteligência e a sabedoria de seus filhos, pois o espírito não tem idade.

O que por vezes acontece, mesmo com certa frequência, é uma criança nascer portadora de um acervo espiritual bastante positivo, e não se comporta como uma criança, pelo contrário, sua forma de ser e estar é mais de um adulto, isolando-se muitas vezes, pensativa, e desenvolvendo qualquer estudo ou trabalho, ainda não indicado para sua tenra idade. São essas crianças a quem, às vezes, apelidamos de "crianças velhas", dada a sabedoria que demonstram e à forma de se comportarem como adultos. A resistência de uma criança é imbatível, quando ela decide por algo, ela quer mesmo! Ela é confiante e desconhece o pessimismo. Desconhece totalmente os "falsos" valores dos adultos.

Por exemplo, uma criança que, muito novinha, sem estudo nem aprendizagem, rege uma osquestra, toca diversos instrumentos, ou fala idiomas estranhos ao seu. Nestes casos há que ter muito cuidado, ouvir a criança, tratá-la com a atenção que ela merece, para que se sinta apoiada, estimulando-a, assim, a prosseguir na sua evolução, caso contrário ela vai estagnar, adormecendo conhecimentos ou qualidades atávicas que trouxe afloradas ao encarnar.

Uma criança é autêntica, verdadeira e alegre, seu abraço é contagiante, uma terapia para os adultos. Frágil no tamanho, sua grandeza está em sua sabedoria que a torna forte de espírito e superior em suas ações.


Agradecimentos: E.F.C.R. agradece o Professor Wilson Candeias Moita, A.A.L.L. e D.G.L. por incluírem-na como co-autora deste artigo.

Fonte: Racionalismo Cristão

20 de maio de 2011

Muitos filhos de um mesmo Pai

          O mundo é imenso. Imensa também a diversidade dos pensamentos, das culturas dos quase sete bilhões que habitamos este bendito planeta.
Quase sempre, por causa dessas diferenças, criamos conflitos entre nós.
Paradoxalmente, por pensarmos de modos tão diversos acerca de quem nos criou, como nos criou, empreendemos batalhas verbais, quando não verdadeiras guerras chamadas religiosas.
Contudo, Deus não tem religião alguma. E, por ser Pai amoroso e bom, entende cada um dos Seus filhos.
Por saber que cada qual se situa em um ponto específico de sua evolução, recebe as homenagens da forma que se lhas oferece.
A todos atende, independentemente se oram num templo luxuoso, no alto de uma montanha, à beira de um muro em ruínas, ou na intimidade de um pequeno cômodo.
Não foi outro o motivo pelo qual Jesus, ao ser indagado pela mulher da Samaria, acerca do local mais adequado para se orar a Deus, recebeu a grande lição.
Lição que atravessou os séculos, mas que ainda não aprendemos devidamente: Deus deve ser adorado em Espírito e verdade, no altar do coração.
Por isso, não importa se estamos vestindo branco ou negro; se nossas vestes são brilhantes ou escuras. O que importa é o sentimento, é o diálogo íntimo entre a criatura e o Criador.
Um diálogo que ecoa pelo Infinito, que ressoa entre as estrelas, repercute no Universo e chega ao Pai, que sempre envia a resposta.
Certo dia, um jovem chegou à Abadia das Sete Dores de Latroun, no caminho de Tel-Aviv. Foi uma sensação maravilhosa penetrar nesse lugar de fé e paz, a menos de cinco quilômetros do acampamento onde lhe ensinavam a matar e destruir.
O canto dos monges, monocórdico e repetitivo, parecia elevar-se em direção aos céus como uma interminável oferenda.
Mas, porque trazia o conceito de que orar era um ato solitário e silencioso, estranhou a prece praticada em comum e em voz alta.
Intimamente, ele não pôde furtar-se a uma pergunta: Esse matraquear não transformará a devoção em um insípido estribilho?
Um abade experiente, ao perceber-lhe a estranheza lhe disse: O importante, meu filho, é, a cada um desses momentos de oração conjunta, se destacar um versículo. Não importa qual seja.
Por exemplo, "Escuta ó Senhor, o grito dos infelizes." Ou "Ó Deus, dá a Teus filhos alegria e esperança."
E,continuando a recitar a prece comum, imaginar Jesus dizendo as mesmas palavras. E tantos milhões de outros homens.
Procurar as realidades de hoje às quais essas palavras correspondem.
Então, finalizou, a oração se tornará intensa. Tornar-se-á meditação.
Pensemos nisso e aprendamos a respeitar todas as manifestações de caráter religioso, as formas diferentes das pessoas se dirigirem ao Criador.
E, como cristãos, sigamos Jesus, pronunciando com toda unção: Pai nosso, que estais nos céus. Santificado seja o vosso nome...